terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Um bicho chamado útero

Se há maldade neste mundo, daquela maldade que não prejudica ninguém e que só faz bem à pele, então eu não devia ter pontos negros… Por vezes assusto-me como me consigo rir do mais negro que a vida pode trazer. Assusta-me esta forma mordaz de encarar os defeitos (meus e os dos outros). Por vezes aceito até (mas só às vezes) o horror facial que certas frases e expressões por mim pronunciadas imprimem nos demais.
Não gosto de democracias. Detesto aquele paleio da igualdade entre homens e mulheres quando depois são as próprias mulheres que vejo assumir posições tipicamente machistas. Só para exemplificar: mulheres que se pronunciam pelo “não” nacional do próximo domingo… Mas quê? Também para elas nós somos um ser amoral que irá tornar algo tão penoso como abortar numa medida contraceptiva? Quê? Afinal sempre somos como nos descreviam os cientistas da Idade Média – um animal de humores instáveis e com propensão para o histerismo porque temos um bicho chamado útero dentro de nós que se move e quando nos ataca a cabeça entramos numa espécie de transe?
Pode-vos parecer um assunto sério demais para ser tratado aqui, num blog de escárnio e mal dizer, mas para mim a questão tornou-se mesmo essa: de escárnio e mal dizer. Já não tenho paciência. Detesto falsos moralismos.
Oh pá, até desculpo o paleio masculino neste caso: perdoai-os que eles não sabem o que dizem. O homem português, infelizmente, é burro… Mas já nem é defeito, é feitio!
Não posso generalizar? Quê? E quem me impede?! Já agora referendem a liberdade de expressão?! Já disse: não sou um ser democrático.

2 comentários:

Nélio disse...

Nem sabes o quanto concordo contigo, a democracia é um simples exercício de controlo de massas onde a percentagem inferior de cidadãos com opiniões construtivas e inteligentes fica refém de uma massa de zés maneis e marias das dores, que não enxergam um palmo á frente dos seus narizes.
É a vingança do reles povinho que vê o a sociedade educada passar todos os dias por eles com as suas opiniões razoavelmente bem fundamentadas de quem fez mais do que a quarta classe, são eles que dizem: "andam a mandar na gente durante o ano todo, mas nas eleições a gente manda mais que vocês, porque somos mais do que vocês, ... carago!"
No fim tudo se resume ao gajo que aparenta ser mais bonito (para as senhoras) e ao gajo que faz as promessas mais ridículas de que tudo vai ser uma maravilha com ele no poder (para os senhores). Ideologias? Planos concretos? Por favor, são eleições, isso não interessa para nada!!!
Á uns setenta e tal anos, um senhor muito baixo e muito louco, de bigode farto e ideias estranhas, foi eleito pelo povo (sim, pelo povo!) para governar um dos maiores países da europa, isto diz muito sobre a democracia.

Nélio disse...

Por falar em opiniões bem fundamentadas, não deixem de ver: http://www.youtube.com/watch?v=NXt8F7aw2LA